Bloqueio Criativo e "depressão"

MDJ-Lakehouse de Of Monsters and Men

Irei destacar a ironia da ilustração que escolhi para a postagem de hoje, inpiration, algo que eu preciso, e muito. Sei que todos passam por bloqueios criativos, só que eles geralmente não passam de um mês. Diria que a repartição do meu cérebro que cuida da criatividade -se é que existe uma, só que o cérebro é tão dividido que eu acredito que isso exista- vive tirando férias.

Sério, eu tenho um mês cheio de ideias, muitas ideias mesmo, em qualquer lugar, posso estar fazendo lição de espanhol que vou ter uma ideia extremamente criativa para algo. Ai um mês depois tudo acaba, de uma maneira sem explicações, eu acordo desanimada, escutando Memphis May Fire, abandonando minhas prolongadas sessões de The All American Rejects. Apenas me sento na frente do computador e tento escrever algo, esse algo se torna uma entrada no Skype e um oi pro meu melhor amigo.

Sempre fui uma criança bastante criativa, quando digo bastante era bastante mesmo. Além de criativa eu tinha umas teorias malucas, como a que as pessoas mudavam de nome quando ficavam velhas, e que cada um tinha seu próprio mundo e no seu mundo apenas ele não era um robô, essa última é meio complicada de se entender, nem vai adiantar explicar.

Bloqueio criativo é algo extremamente incontrolável, a cada dia eu perco ainda mais essa mente infantil que eu tinha, só penso no futuro, no que vou fazer da vida, nada fantasioso, tudo extremamente real e pessimista. Esse é o meu maior defeito, o pessimismo exagerado.

Acredito que músicas não ajudam, hoje mesmo cheguei ao último nível da minha depressão, estou escutando NX Zero. Vocês ainda não me conhecem bem, só que quando eu passo do power punk pra NX Zero, Fresno ou mesmo bandas estrangeiras mais depressivas, a coisa esta feia.

Ainda não decidi se meu bloqueio criativo vem seguido de depressão, ou se minha depressão vem seguida de um bloqueio criativo. Acredito que a primeira opção é mais considerável. Seguindo o raciocínio: Eu tenho um bloqueio criativo, então lembro de como eu era criativa na minha infância, e que tenho medo de crescer e ter meu próprio teto.

Nos meus momentos de depressão eu choro muito, muito mesmo. Assim, sem motivo, eu posso estar super feliz, ai uma lágrima desobediente escorre dos meus olhos, e começa. Não sei como minha família e amigos aguentam, eu choro do nada, reclamo da vida, penso só em coisas ruins. Outro dia mesmo, eu fiquei o dia inteiro chorando com medo de crescer, de ser esquecida pelos meus amigos virtuais, só que sempre teve aquela luz no fim do túnel e meu amigo me tirou da depressão, dizendo coisas relativamente simples "Se você prometer que nunca vai quebrar nosso contato e que nunca vai me esquecer eu também falarei com você e nunca vou te esquecer", e com simples palavras minhas lágrimas de tristeza se transformaram em lágrimas de alegria, fiquei feliz por ter amigos tão leais.

Esse texto vai ser demasiado depressivo, e só para descontrair um pouco irei dizer que eu demorei cinco minutos para encontra a correção correta de demasiado, já que eu tinha escrito desmasiado, e estou meio grogue por causa do sono. Pois é, muitos dizem que essa minha depressão é decorrente dos hormônios, acredito que não, poucas vezes minha mudança de humor foi próxima ou na época de menstruação, acredito que seria melhor se fosse de hormônios, já que eu saberia o motivo disso.

Na realidade tenho um motivo em mente, eu sou muito presa ao passado. Não fico um dia sem lembrar dos detalhes da minha infância, acredito que ela foi muito boa, diferentemente da minha adolescência que é um pouco perturbada. A cada rua que ando do meu bairro, a cada risada do Thales -meu melhor amigo-, a cada criança correndo na rua eu entro em estado de choque, olho pro nada e fico lembrando, vendo as lembranças passarem na frente de meus olhos de maneira inexplicável. Resumindo, eu sou problemática e sonho acordada.

Sempre que escuto a palavra nostalgia sou transferida de mundo, vou para o meu próprio cantinho, da minha melancolia, da minha depressão. Perco vontade de conversar com as pessoas que conheço, ignoro elas, sou uma pessoa totalmente grossa e antipática, por isso nunca consegui manter uma amizade verdadeira por mais de um ano, tirando o Thales, que conheço desde sempre e o Pedro, que conheci ano passado num fórum, e só nos damos bem pelo motivo de que somos muito parecidos, no jeito de pensar e nas crises.

E olha, acredito que escrever fez melhor para a minha pessoa, agora, escutando O Rappa tive uma maravilhosa ideia, de um texto que provavelmente vocês leram daqui a pouco. Um sorriso acabou de brotar em meus lábios, escrever é a única maneira de me tirar da êxtase criada pela nostalgia.

Peço desculpas se o texto ficou muito depressivo, só quis expressar o que eu sinto, o que talvez alguns de vocês leitores também passem. E agora esperem o texto que eu disse que tive a ideia, tentarei deixa-lo o mais poético o possível, tirando toda essa depressão e reflexão presente nos meus textos, ou não, isso é automático. E enquanto revisava o texto tive a ideia de escrever um livro de poucas histórias, quem sabe um dia. Também vou falar que agora estou escutando Detonautas Roque Clube, e que as músicas deles só não são melhores do que do Emicida, e sim, eu sou bem eclética, é rock, k-pop, metal, clássico, rap, não queria me entender.