Palavras...

MDJ-Counting Stars do One Republic

Bem, nessa postagem aqui  eu falei sobre uma ideia maravilhosa que tinha enquanto redigia aquele texto. E vim apresenta-la a vocês, fiquei remoendo a ideia por alguns dias durante as aulas -sim, sou super distraída no colégio- e finalmente achei que estava preparada para por essa ideia no "teclado".

Era para eu ter postado logo depois do almoço, mas eu sou desastrada. Meu irmão quebrou um copo de vidro, eu fui descalça na cozinha, o caco afundou na sola do meu pé e tive que ir pro pronto socorro tirar, pior que deve que dar ponto nessa porcaria. E também torci o joelho correndo no colégio -sim, primeiro colegial e eu fico correndo pelo pátio com meus coleguinhas- e tá muito inchado, o pior é que eu sou magrela, ai parece ainda mais que tá inchado.

Os cabelos negros caiam pela testa, as mexas bem delimitadas devido ao suor. Ainda de pijamas, o homem digitava freneticamente no teclado do computador, fazendo barulhos irritantes e padronizados, agradeceu mentalmente por seu irmão ter acostumado com o som que a digitação emitia, se não além de ter que conviver com seus pais reclamando do fato de ele não dormir, teria que conviver com um marmanjo reclamando do barulho.

Uma rápida pausa para coçar os olhos azuis, os quais demonstravam o mais puro formato de cansaço, as bolsas escuras em baixo de seus olhos ficavam cada vez mais inchadas, e seu cérebro lutava consigo mesmo para aguentar mais alguns segundos, que provavelmente seriam prolongados em horas.

"Pensar, escrever, pensar, escrever, café, arrumar cabelo, coçar os olhos" o jovem vivia nesse ciclo infinito. Seus dedos brancos e ossudos deslizavam sobre as teclas numa agilidade divina, passar noites acordado escrevendo no computador havia lhe dado uma habilidade impressionante.

As ideias viam em um mutirão, cada vez mais rápidas, melhores. A cada parágrafo revisava os dois anteriores, as vezes os apagando por completo e escrevendo algo ainda melhor. Estava tomado pelo vício, com uma caneca de café frio ao seu lado, uma fatia de bolo cheia de formigas em um prato antigo e a melodia de vozes sussurrando na sala "Temos que arranjar um jeito de tira-lo daquela quarto".

Ele apenas ignorava, deixando ser tomado por sua imensa criatividade, escrevendo cada vez mais e mais, sem parar, ideias vinham e iam, novos conceitos, novas palavras sendo utilizadas, novos diálogos, novos personagens. Tudo com uma agilidade impressionante.

Então ouviu uma batida na porta, sua mãe, a senhora nem precisou dizer exatamente o que queria, a sua cara demonstrava a preocupação pela falta de descanso do filho. Tinha uma caneca de chá quente em mãos, pousou-a ao lado da mão do filho, e deu-lhe um beijo no topo da cabeça. Saiu dali sem dizer nada, então seu irmão passou, nem olhou para a cara dele, seu pai passou e olhou de relance, visivelmente preocupado.

Então largou as costas contra o encosto torto da cadeira de madeira, fazendo um rangido alto. Salvou o arquivo com letras aleatórias, agora que parara de escrever o cansaço e a fome o dominaram. Deu um longo gole no chá, apreciando a sensação do líquido quente descendo pela garganta.

Levantou-se da cadeira e arrastou-se até a cama, se jogando lá, sem pensar duas vezes adormeceu. Ali estava ele, numa cama bagunçada, com um pijama velho e cara de cansado, dormindo calmamente, demoraria para recompor todas as energias que gastava. Porém em seus sonhos, novas ideias continuavam surgindo, e elas provavelmente o tirariam as duas próximas noites de sono para serem desenvolvidas.